A gestão financeira é, sem dúvida, um dos pilares mais críticos para o sucesso e a sustentabilidade de qualquer empreendimento na aquicultura. Muitos produtores, embora excelentes no manejo técnico de suas criações, frequentemente enfrentam dificuldades ao tentar mensurar com precisão todos os gastos envolvidos no ciclo de produção. A ausência de um controle rigoroso pode levar a uma precificação inadequada, à redução da margem de lucro e, em casos extremos, à inviabilidade do negócio. Portanto, desenvolver e manter uma planilha de custo para aquicultura detalhada não é um luxo, mas uma necessidade estratégica.
Este controle minucioso permite ao produtor identificar gargalos, otimizar o uso de recursos e tomar decisões mais assertivas. Afinal, como é possível saber se a sua operação é verdadeiramente lucrativa sem conhecer cada centavo investido? A seguir, apresentamos uma estrutura completa para você montar a sua planilha de custos, garantindo que nenhuma despesa seja negligenciada.
O primeiro passo para um controle financeiro eficaz é diferenciar claramente os custos fixos dos custos variáveis. Essa separação é fundamental, pois permite entender quais despesas ocorrem independentemente do volume de produção e quais estão diretamente atreladas a ele.
Custos Fixos: São aqueles que a fazenda terá todos os meses, havendo ou não produção. Eles são a base de sustentação do seu negócio e precisam ser cobertos para que a operação continue funcionando. Incluem-se aqui:
Custos Variáveis: Estes custos flutuam conforme o nível de produção. Quanto mais você produz, maiores eles serão. Monitorá-los de perto é crucial para o cálculo do custo de produção por quilo. Os principais são:
Além da classificação anterior, é igualmente importante organizar os gastos como diretos ou indiretos. Essa visão ajuda a entender o que impacta diretamente a produção e o que são despesas de suporte.
Custos Diretos de Produção: São todos os gastos diretamente aplicados na criação dos animais. Sem eles, a produção simplesmente não acontece. Os exemplos mais claros são a ração, as pós-larvas/alevinos, a energia para aeração e os insumos aplicados diretamente nos viveiros. Em sua planilha de custo para aquicultura, estes itens devem ter uma seção de destaque.
Custos Indiretos: São despesas necessárias para a manutenção geral da fazenda, mas que não estão diretamente ligadas a um lote ou viveiro específico. Incluem os custos administrativos (material de escritório, telefone, internet), salários da equipe de gestão e a depreciação de equipamentos de uso geral. Embora não sejam aplicados diretamente nos tanques, seu rateio correto entre os ciclos produtivos é vital para a formação do custo final do produto.
Manter uma planilha de custo para aquicultura em programas como o Excel é um excelente começo. No entanto, à medida que a operação cresce, o controle manual se torna mais complexo, demorado e suscetível a erros. A alimentação de dados pode ser falha, as fórmulas podem ser corrompidas e a análise de longo prazo se torna um desafio.
É neste ponto que a tecnologia se torna uma aliada indispensável. Softwares de gestão, como o Despesca, foram desenvolvidos especificamente para a realidade da aquicultura. Eles automatizam o lançamento de dados, integram o controle de estoque de insumos e ração com os custos de produção e geram relatórios detalhados com apenas alguns cliques. Com um sistema especializado, o produtor deixa de gastar tempo preenchendo planilhas e passa a focar na análise estratégica das informações.
Ao registrar cada aplicação de ração, cada compra de insumo e cada despesa operacional diretamente no sistema, o gestor obtém uma visão clara e em tempo real do custo por viveiro, por ciclo e por quilo produzido. Essa precisão permite não apenas uma precificação mais justa e competitiva, mas também a identificação imediata de qualquer desvio, possibilitando correções rápidas e eficientes para garantir a máxima lucratividade da sua fazenda.