A despesca representa a culminação de meses de trabalho e investimento. Consequentemente, o momento da venda é um dos mais decisivos para a saúde financeira de uma fazenda de aquicultura. A habilidade de negociar o melhor preço pode significar a diferença entre um ciclo lucrativo e um resultado apenas satisfatório. No mercado, dois principais canais de escoamento se destacam: os frigoríficos e os atravessadores. Cada um possui características distintas que o produtor precisa compreender para tomar a decisão mais estratégica.
Este artigo foi elaborado para analisar os prós e contras de cada comprador e, acima de tudo, para fornecer ferramentas que fortaleçam sua posição na mesa de negociação.
Os frigoríficos são, em geral, empresas de maior porte, com estrutura para processamento, armazenamento e distribuição em larga escala. A negociação com eles tende a ser mais formalizada.
Prós:
Contras:
O atravessador, por sua vez, é um intermediário que compra diretamente do produtor para revender a peixarias, restaurantes ou outros frigoríficos menores. A relação comercial é frequentemente mais pessoal e direta.
Prós:
Contras:
Independentemente do comprador escolhido, o sucesso da negociação depende da preparação do produtor. Portanto, algumas ações são fundamentais.
Em primeiro lugar, conheça seus custos em detalhes. É impossível negociar um preço justo sem saber exatamente qual é o seu custo de produção por quilo. Este número é a sua base, o seu ponto de partida. Sem ele, qualquer negociação é um tiro no escuro.
Em segundo lugar, monitore o mercado. Acompanhe os preços praticados na sua região para os diferentes tipos de classificação do seu produto. Essa informação permite avaliar se a oferta recebida é justa e competitiva.
Além disso, a qualidade é seu maior trunfo. Um produto bem classificado, com boa aparência, peso uniforme e frescor indiscutível, tem um poder de barganha muito maior. Registros de biometria e saúde do lote podem ser usados como argumentos sólidos durante a venda.
Finalmente, planeje a despesca. Sempre que possível, alinhe a data da sua despesca com períodos de maior demanda de mercado, como feriados ou datas comemorativas, para aproveitar preços sazonalmente mais altos.
Saber como negociar o melhor preço não é apenas uma questão de habilidade interpessoal; é, acima de tudo, uma questão de informação. É nesse ponto que a tecnologia de gestão se torna indispensável.
A utilização de um software de gestão, como o Despesca, transforma a maneira como o produtor se prepara para a venda. O sistema permite um controle preciso sobre todos os custos envolvidos no ciclo produtivo, desde as pós-larvas e a ração até a mão de obra e a energia. Com isso, o cálculo do custo de produção deixa de ser uma estimativa e passa a ser um dado exato e confiável.
Adicionalmente, o Despesca organiza o histórico de biometrias, taxas de sobrevivência e conversão alimentar, gerando relatórios detalhados sobre a qualidade e o desempenho do lote. Apresentar esses dados ao comprador demonstra profissionalismo e transparência, justificando um preço superior pela qualidade comprovada do produto.
Em conclusão, a decisão entre vender para frigoríficos ou atravessadores dependerá da escala da sua produção, da sua necessidade de fluxo de caixa e do seu perfil de gestão. Contudo, a ferramenta mais poderosa em qualquer cenário é a informação. Um produtor bem informado, que conhece seus custos e a qualidade do seu produto, não apenas vende: ele negocia, se posiciona e maximiza a lucratividade do seu negócio.